A investida da Petrobras na produção de SAF, sigla em inglês para combustível sustentável de aviação, terá potencial para atender 30% da demanda por querosene de aviação no Brasil. É o que garantiu recentemente o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, em evento no Rio de Janeiro.
A partir de 2028, a companhia espera produzir 34 mil barris de SAF por dia, e se tornar o principal player desse mercado no país, concorrendo com as futuras refinarias de combustível sustentável de aviação que estão em fase de desenvolvimento e que usarão o etanol como matéria-prima.
A produção de SAF da Petrobras usará a tecnologia HEFA (ésteres hidroprocessados e ácidos graxos), que usa óleo de soja e sebo bovino como matéria-prima. Para entrar nesse mercado, a companhia adquiriu a tecnologia da Honeywell UOP, uma das principais fornecedoras de soluções para a produção de combustíveis.
O plano estratégico da Petrobras até 2028 prevê US$ 1,5 bilhão de investimentos em negócios de biorrefino, incluindo SAF e diesel renovável. Dentro desse montante estão a implantação de uma unidade de biorrefino na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), e no Polo GasLub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ).
A escolha da Petrobras para produzir combustível sustentável de aviação na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, tem uma explicação geográfica e logística. Segundo a companhia, a localização da unidade é estratégica, já que está inserida no mercado da região Sudeste e com fácil integração com o parque do refino nacional.
A Petrobras tem a expectativa de produzir 15 mil barris de SAF por dia na RPBC a partir de 2028, quando a unidade deve entrar em operação. Para isso, o plano é processar 2.700 m3 por dia de carga com proporção de 70% de óleo de soja e 30% de sebo bovino produzindo não só SAF, mas também diesel renovável.
A maior produção de SAF da companhia está prevista para o Polo GasLub, que deve entregar 19 mil barris por dia, também a partir de 2028. No Rio de Janeiro, o projeto ainda está em fase de aprovação interna, aguardando a liberação para o investimento.
O Polo GasLub é o antigo Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), que teve a construção interrompida, mas que deve receber mais de R$ 17 bilhões em investimentos nos próximos anos, e será integrada à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).